O ministro do Turismo Marx Beltrão durante encontro com Tracey Crouch. Crédito: Gustavo Messina
Promover a cooperação internacional na área de turismo e hospitalidade e contribuir para o aumento da competitividade do trade turístico brasileiro. Esses são alguns dos objetivos do Programa de Qualificação Internacional em Turismo e Hospitalidade publicado nesta segunda-feira (09), no Diário Oficial da União. A iniciativa prevê o envio, em 2018, de 120 alunos de cursos técnicos e de graduação de instituições públicas para até três meses de treinamento no Reino Unido. A seleção dos estudantes será realizada no primeiro semestre deste ano. O MTur investirá R$ 5 milhões no programa.
A proposta é complementar a formação dos estudantes em outro idioma e técnicas de turismo e hospitalidade. A parceria entre os dois países foi definida há dois meses, durante a World Travel Market (WTM), uma das maiores feiras de Turismo do mundo, em Londres. Na ocasião o ministro do Turismo, Marx Beltrão, se reuniu com a ministra de Esporte, Turismo e Patrimônio da Inglaterra, Tracey Crouch, e com o presidente da Associação de Colleges do Reino Unido, David Hughes, para acertar os últimos detalhes para retomar o programa.
“O Ministério teve experiências exitosas neste sentido, com Portugal, em 2013, e com o próprio Reino Unido e a Espanha em 2014. Agora estamos transformando estes projetos em uma política pública perene. Qualificar os nossos futuros profissionais é uma necessidade que atenderá à demanda do trade turístico, gerando renda e benefícios para a sociedade”, explicou Marx Beltrão.
Os recursos do Ministério do Turismo serão repassados a entidades da administração pública, que firmarão convênio com a Pasta, por meio de Termo de Execução Descentralizada. A bolsa arcará com a matrícula na universidade, além de cobrir gastos com hospedagem, alimentação, auxílio-deslocamento, seguro saúde e ajuda de custo mensal.
Os critérios de seleção dos bolsistas serão os mesmos dos utilizados nas experiências de 2013 e 2014. Dentre eles, o estudante deve ser brasileiro e residir no país no momento da candidatura; estar matriculado em curso de bacharelado, licenciatura, e/ou tecnólogo em Turismo e/ou Hospitalidade; ter integralizado de 20% a 80% do currículo previsto do seu curso; ter obtido nota no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) igual ou superior a 600 pontos, a partir de 2009; apresentar perfil de aluno de excelência, baseado no bom desempenho acadêmico, segundo parâmetros da Instituição de Ensino Superior e; comprovar proficiência mínima em língua inglesa.
A grade disciplinar será a mesma para todos os estudantes, mesmo os que estejam em diferentes instituições da Associação de Colleges, como são chamadas as faculdades no Reino Unido. O chefe de cozinha britânico Jamie Oliver é esperado para ministrar algumas aulas na área de gastronomia para um grupo desses estudantes. Para Londres serão 12 vagas, enquanto as demais serão destinadas a outras cidades da Inglaterra e para outros países do Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte).
OPORTUNIDADE – Mariana Radicchi, 23 anos, cursava turismo na Universidade de Brasília (UnB) em 2014, quando enxergou a chance de realizar o desejo de estudar fora do país. Uma palestra para apresentar o projeto do MTur, oferecendo bolsas para os alunos estudarem no Reino Unido e na Espanha, chamou a atenção da jovem.
“Eu sempre quis morar fora e fazer intercambio, mas não tinha condições financeiras para isso. Como era na minha área e praticamente gratuito, me interessei, além de ser no Reino Unido. O curso atendeu às minhas expectativas, lá é muito bom para estudar”, recorda Mariana, que esperou o edital abrir, passou pelo processo de seleção e foi estudar no Exeter College, na cidade de mesmo nome.
Grupo do qual Mariana Radicchi fez parte em Londres. Crédito: Arquivo pessoal
Ela passou de novembro daquele ano a fevereiro de 2015, com um grupo de mais nove colegas, tendo aulas práticas de turismo e hotelaria. O período ajudou na formação acadêmica e no amadurecimento pessoal. “Eram matérias diferentes da UnB, porque eram mais práticas. Na minha vida, mudou o fato de ter morado sozinha e aprendido a fazer as coisas sem os pais. Foi uma experiência engrandecedora que eu recomendo a todos”, diz.
Após se formar, ainda em 2015, Mariana concorreu a uma vaga na Embaixada do Reino Unido em Brasília e foi selecionada para trabalhar no local. Ela acredita que o período fora ajudou a ter qualificação para concorrer ao cargo. “O período no exterior me abriu portas, melhorou meu currículo e me deu mais oportunidades”, enumerou a jovem, que sonha um dia voltar ao Reino Unido para continuar estudando.
TEXTO: Gabriel Fialho
FONTE: http://www.turismo.gov.br/
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